quinta-feira, 14 de julho de 2011

cuncerto (tmbm X'P )

o 'Resto'

Jimmy eat world - bah!, 30% das músicas/concerto valeram, mas 70% foi quase encher chouriços. My Chemical Romance - para o bem ou para o mal, foi o oposto; 30% era praticamente dispensável, mas deram um concerto muito competente e enfiaram riffs e refrões pegajosos pelo hipocampo abaixo (não posso dizer que tenha sido um inocente bystander, anyway..); "I'm not ok", "Save yourself", "Black parade" ou "Destroya" foram momentos absurdos. Xutos é Xutos; ao 4º(ou 5º) concerto dos 'comendadores' lá decidi dar-lhes uma oportunidade e tentar entrar na onda deles e posso dizer que não me arrependi; destaque para as músicas do primeiro disco, "78/82".

Iggy Pop & the Stooges... o homem é um diabrete; não pára quieto e quando saía de palco já havia contaminado um ou dois dos outros 'cotas' da banda que lá se passavam dos carretos - o baixista a certo momento parecia ter entrado em estado epiléptico, e de repente é vê-lo a copular com o amplificador, via baixo. O vocalista, fora os breves instantes em que ia para o backstage recuperar fôlego não parava e lá queria ficar com o público português, pois mesmo depois do concerto terminar e a banda abandonar o palco ele ainda se passeava pelos corredores aos saltos 'mancos' tão característicos, cumprimentando o máximo de pessoal do público que conseguisse. Quase foi preciso os seguranças arrastá-lo para abandonar o "palco". O concerto rebentou desde o início com "Seek & destroy"(música que tem na versão dos Red hot chilli peppers uma bomba sónica espantosa, por exemplo), que eliminou qualquer paz que houvesse nas primeiras filas, e já perto do fim desfilou outros hinos que não deixaram os mais atentos indiferentes, como "Be your dog" ou "I got a right", que na voz já gasta da velha iguana tinha mesmo assim um verdadeiro incitador do caos. Inesquecível é um adjectivo que não fica nada desadequado ao que aconteceu nesses minutos.

Foo Fighters



O poder desse monstro chamado rock : tanto pode servir para destruir, como para regenerar. Fascinante ao ouvido de quem aspira a aquecer a alma com vocação de piromaníaco. Eram provavelmente 1:00/1:30 quando os gritos de aclamação aos 5 elementos da banda que havia acabado de subir ao palco se iam dissipando por entre o feedback e os rugidos dos amplificadores, quando ouço mesmo ao meu lado um 'miúdo' gritar a plenos pulmões - qual cego que finalmente consegue ver - "Já nem sequer estou cansado! Já não estou mais cansado!!", enquanto salta acompanhando o rebuliço geral que se alastra pelas centenas de metros de público. Os Foo Fighters estavam novamente sobre um palco português, bem à nossa frente. Dave Ghrol encarava o público de uma ponta à outra como que avaliando, sério(ou talvez não) as intenções de cada um dos presentes, certamente para ter uma ideia(ou certeza) de com o que poderia contar para aquelas quase duas horas que se seguiriam.
'These are my famous last words' é a primeira frase a sair das goelas do vocalista e líder da banda, que arranca logo com "Bridge burning" e "Rope", dois dos 12 endiabrados temas que compôem o excelente novo álbum 'Wasting light' - a principal razão que me fez decidir de vez embarcar nesta alucinada concretização. Sem qualquer tipo de artifícios ou espetáculo visual extra, todo o concerto da banda foi baseado apenas naquilo que era mais importante - as canções. Não é normal uma banda com a longevidade dos Foos ter o público a puxar pela voz nas músicas mais recentes; normalmente os fãs resguardam-se nos temas do passado. No entanto desde o primeiro verso que se percebeu que todos os que estavam ali estavam cientes da grandeza das novas canções e o público entoou com intensidade, tanto 'your bridges are coming down/ they're all coming down(...)' como 'I'm coming,/ out of my head,/ into the clear(...)', sem qualquer pausa. Por momentos quase pareceu que estavam em piloto automático, como se o tivessem de fazer, quer estivesse ou não ali alguém a assistir. De referir que foi nesta última que desbundei ao som de um dos melhores riffs de guitarra da noite. No fim da música lá os senhores fizeram questão de trocar as voltas ao pessoal, tal como se tanto esta como outras músicas que viriam a seguir, fossem composições em aberto, e eles dessa forma, iam aproveitando para surpreender o público com continuações e improvisações que passavam para o lado de cá, primeiro como momentos 'wtf?', para logo dar lugar a uma adesão sem mais hesitações.
'Keep you in the dark...' estava dado o mote para "The Pretender", já considerado um clássico, que a banda soube gerir muito bem, hesitando e fazendo subir a ansiedade dos fiéis bem antes do twist a meio da música. Cada uma das malhas era debitada com uma energia exemplar. É chegado então o momento em que Ghrol convida '..This called "My Hero", sing it!' enquanto os primeiros acordes já se faziam soar, já a bateria de Taylor Hawkins marcava o compasso. O público acorre em massa e ouve-se tanto o vocalista como o público, tal a massa sonora que era projectada do lado de cá para o palco. Quase no final Ghrol deixa o público cantar o refrão à capela, num momento de comunhão, quase, que culminou com (novamente), uma explosão sónica na forma de improviso com o qual a banda remata este incontornável tema.
'Hi, how are you? We are the Foo Fighters, nice to meet you', diz ele muito esganiçado e a fazer a expressão mais cómica; este tipo tem de ser o gajo mais divertido do Rock! X)




Há um trunfo que os (já) clássicos dos Foos têm sobre as demais: o 'peso' do tempo. Ao som da malha que se seguia, "Learn to fly", fui praticamente transportado para 1999, onde juntamente com mais 3 gatos pingados passava as manhãs de sábado a escutar um certo cd de nome 'There Is Nothing Left to Lose', isso quando não arriscávamos a acordar os vizinhos a arranhar(!!) esse mesmo single. Cantar esta músicaa juntamente com toda aquela multidão e a banda não foi apenas cantar uma música, mas algo quase surreal e muito divertido, pois esse mesmo intuito de diversão é a principal mensagem da música (ou pelo menos o que mais se retém do videoclip original da mesma).
Chega então "White Limo", a música mais agressiva que já ouvi deles nos últimos tempos, mas que consegue mesmo assim reter em si todo o espírito dos FF. 'Como é que eles o fazem?', eu não sei, mas esta era daquelas que dava mosh e mesmo assim toda a genta fazia festa ao entoar o refrão; brilhante!
"Arlandria", através de feedback e dos excelentes versos 'Ain't that the way it always starts/ A simple round of conversation/ In the shape of an equation/ A future station to station'. Entoações em coro; as sapatilhas novas do Pat Smear (antigo guitarrista de apoio dos Nirvana, agora parte da formação dos Foo Fighters); o abrandar da música pelo seu maestro e compositor, ao som de palmas por todo o recinto apenas para ele entrar em mais uma escalada de cuidadoso 'wisperer' a verdadeiro 'screamer(!)'.
Mais um momento de 99, na forma de "Breakout", arranca com o público a cantar quase sozinho para explodir com o instrumental e dar lugar a mais uma dose potente e melódica de rock'n'roll. Com mais um refrão que enverga um daqueles chavões, e Dave a abrandar para indicar ao público que o acompanhe no refrão final, para acabar por 'screamar' como se não houvesse amanhã e riscar mais essa do alinhamento. muitas mais ainda estavam para vir.
O frio atacava; a fome e tudo o mais; o sono, o cansaço começavam a incomodar, mas era aí que íamos buscar forças aos camaradas desconhecidos que também estavam ali aos saltos sem saber bem porquê, já que todos estávamos praticamente esgotados. No entanto Dave já se preparava para perguntar que já estavamos cansados e queríamos ir para casa descansar, e ninguém queria arredar pé. Demasiado teimosos para perder o que quer que fosse do espetáculo, mesmo que isso implicasse levar as forças ao limite.



Infelizmente a banda preparava um turn off insuspeito... "Cold Day in the Sun", uma música que apesar de interessante, é cantada por um quase aflito Taylor Hawkins(enquanto toca bateria), ao passo que Ghrol apenas ajudava nos coros. Nada contra a experiência, mas sinceramente é um momento que não consegue estar à altura de tudo o resto. De qualquer forma talvez até tenha sido algo positivo, uma vez que assim dava para ter um ponto de comparação para nos apercebermos da sorte de estar a assitir à execução de malhas como algumas que ainda estariam para vir. Mas entretanto ainda fomos brindados com uma "Long road to ruin", que pode ser considerada como um dos momentos mais próximos da folk americana que a banda já teve, mas que mesmo assim recolheu boas reacções. Daí fomos todos para uma "Stacked actors" onde dois dos(3) guitarristas da banda - Ghrol e Chris Shiflett - se lançaram numa batalha de solos de guitarra que, dada a boa disposição dos dois intervenientes, acabou por ser mais um momento muito divertido, em oposição a algo demasiado 'técnico-aborrecido'. Outra música que soube encontrar o seu caminho através da carcaça até ao 'core' de muitos melómanos foi mesmo a que se seguiria - "Walk"; música(ou até mesmo hino) que está para a desorientação como a fénix está para o carvão, é um daqueles suplementos vitamínicos a que toda a gente quis prestar a devida oração mesmo antes de ingerir por completo sem deixar um pingo de remorço para trás.




Neste momento Dave faz um interlúdio, através do qual fez questão de sublinhar que 'Rock'n'Roll it's about people & instruments... we don't need fuckin' cumputers', a propósito do facto do novo disco ter sido integralmente produzido de forma analógica (mesmo na edição - no qual Butch Vigg [o repescado produtor de 'Nevermind'] teve mesmo de recuperar as suas lâminas de corte para retalhar a fita com as gravações... just one of those stories). "Dear Rosemary" uma das minhas músicas favoritas - do novo disco e do catálogo dos Foos, desde que a ouvi - é então iniciada. 'This was no ordinary light' lá cantava Ghrol e o público, em coro, atravessando uma massa de energia sonora que por vezes chagava a arrepiar, tal era a urgência das melodias, para então apaziguar numa pequena pausa onde o líder desbundou um instrumentalzinho com aroma a blues e um je ne sais quoi de r'n'b - talvez devido à prestação adicional do teclista de suporte que acompanha a banda, ao qual Dave a certo momento se refere descrevendo 'he's always high'; o homem realmente andava sempre com alguma coisa enrolada na mão(...)
"Monkey Wrench" fez toda a gente saltar com a 'pica' dos anos 90 nas veias - malhas como esta quase atuavam como estupefacientes poderosíssimos. A música foi desenrolada pela banda à nossa frente apenas até ao momento em que o vocalista pausa tudo e anuncia que a parte seguinte da música é de uma exigência tal pela voz que não quer que o público o veja a gritar, daí que diz que só o faz às escuras; o público impaciente(e cego) após 30 segundos a bater palmas passa a 'uivar' e o frontman retalia com gritos projectados de uma forma quase desesperada ao que acorreu o resto da banda de seguida com o instrumental e enfim deram o golpe nesta que foi uma das músicas mais emblemáticas da segunda(?) geração do Grunge.



O álbum anterior - "Echoes, Silence, Patience & Grace" - foi um álbum muito particular na discografia da banda; por essa altura já toda a gente sabia que os FF sabiam tanto tocar furiosamente, como de vez em quando atirar uma balada, mas nesse disco eles arriscaram atirar o máximo desses distintos elementos/variações sonoras para cada uma das canções, dando lugar ao cd mais 'progressivo' da banda. A música que se seguiu foi "Let it die" e entrou insuspeita e praticamente despercebida através dos ouvidos cansados do público para uma vez já instalada começar a crescer progressivamente até que de um pseudo-lullaby se tornou num verdadeiro tornado com o Dave a dar tudo por tudo debitando o refrão como se não houvesse amanhã, coisa que puxou pelo público que depressa o acompanhou e apenas parou quando os amplificadores pararam de rugir. "These days" é uma música que transporta uma mensagem um pouco dura, mas que esta e apenas esta banda consegue revestir de melodia que torna tudo um pouco mais leve, mas sem comprometer a integridade do sentimento, e toda a gente adorou vê-la/ouvi-la/cantá-la em concerto.
Chega então, novamente, outra das músicas de '99 - "Generator", que enverga um dos riffs com mais groove que já os ouvi debitar na guitarra. Um momento quase solarengo, que mesmo assim não ficava nada a dever à energia das melhores malhas e deixou muito boa gente bem disposta :)



'WooOow... WooOow... ' esta era a melodia entoada por toda a gente pela altura que a música seguinte terminou. De seu nome "Best of You", foi uma catarse do início ao fim da malha. A meio o veterano do grunge teve ainda de interromper o público que a meio de um momento de silência entoava o tal "WooOow.." sem parar para dizer 'Hey!, there is more!..' O público lá deixou a banda terminar a música, e... mais "WooOows" do lado de cá, aos quais o frontman respondia com gestos quase a imitar a Amália quando dizia '..w'Brigada w'Brigada'. Então começa um som de fundo que mais parecia o início de uma morna que uma nova dose de rock'n'roll. Estavam dados os primeiros passos de "Skin & bones" que por esta altura já toda a gente conhecia e respeitava devido ao cd/espetáculo acústico da banda, de 2006. Um momento delicado a que todos se adaptaram e até deu para inventar um coro meio 'vaudevillesco'... toda a receita parece muito estranha, mas a verdade é que funcionou, e muito bem.
"Are you ready to go home yet? I... don't know if we haaaave.. more songs.." e lá vem "All my life". God, eu já nem me lembrava desta música, e mesmo assim não sei bem como acabei a cantá-la, como toda a gente que ali estava... o raio do entertainer da noite e os seus companheiros bem sabem como inspirar uma multidão. A música não terminou sem que a banda se atirasse a mais uma improvisação endiabrada e... o que se passou?... parou tudo? 'All my life...' irrompe ele de novo a partir do nada e então dali a nada está todo o público a projectar 'Done, done; on to the next one!!!', e então acaba. Os senhores retiram-se, e os elementos do público ficam sem jeito, a olhar uns para os outros. 'Será que já acabou?... Nãã, não pode ser..." Isto, eram já 02:30 da manhã.




O público não arredava pé, e então Ghrol finalmente aparece de novo no palco para ter uma pequena conversa com a assistência. 'i feel we are meant to be here together... so this song is for you guys': "Times Like These" através da voz que mostra que já provou do cansaço com que o vocalista também sabe cantar e guitarra em formato acústico. A música parecia executada de forma a ser algo intimista, apenas entre o carismático líder e os seus fãs, mas é então que as luzes dos holofotes flasham, os instrumentos rugem e já todos os elementos estavam a postos e a executar a segunda parte da música, num boost enérgico que deu nova vida aos espectadores para aquele que estava já a ser o 'encore'.
Às vezes gostava de ter um pouco mais de algumas coisas, como por exemplo tempo e memória para explorar todos os clássicos(..) - um pouco de investigação levou-me a perceber que aquela mescla de sons que ninguém percebeu bem donde vinha era "young man blues" dos The Who. Um tributo à banda que nos idos 70 deu origem a uma expressão tão intrigante como 'Maximum R&B'... mas mesmo ás cegas lá nos entregámos todos à mercê do que os senhores debitavam que acabou por se emaranhar num freestyle bem old school.



'This is a f#ckin' love song... (...) If I come back will you come back?'
'Yeeeeaaah!!'
'Really??.. ok, then when we come back we can sing this song together again'
...rasga a música e soam as primeiras palavras 'Hello/ I've waited here for you..'; estava dado o mote para "Everlong". Muitas das pessoas no público tinham ido para ouvir esta música em particular e eu nem estava a pensar muito nisso, mas na verdade dá para perceber, porque esta malha/balada simboliza muito bem a preciosidade de algo tão inocente como o que explodiu no início dos anos 90 apenas por uma razão: paixão.
Paixão pela música; paixão pela direcção oposta; paixão por essa melancolia que estava para vir, pois sabíamos que mais cedo ou mais tarde a inocência iria acabar.
E assim acabou também o espetáculo.

Ghrol (praticamente) promete voltar; vamos ver se da próxima não é tão longe outra vez...

segunda-feira, 21 de março de 2011

cuncerto

A rede social deu cabo do bloguiu. Foi o q foi. Eh, eh!
Não é coisa que me entusiame botar lá faladura :)

Chegou a Primavera.
Vou ver Roger Waters hoje no Pavilhão Atlântico :)

sexta-feira, 18 de março de 2011

e em 2011 nem uma entradinha para adoçar o bico...
nem uma patanisca, nem um panadinho do dia anterior
nem um picle

nem um nada...

há momentos assim na bida :)