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A verdade é que não consigo dormir.
Pensei em ligar-te, mas não achei boa ideia entrar outra vez naquela dependência.
Recordo Aveiro e toda a minha vida de alegria lá.
E agora olho para mim.
Pareço diferente.
Talvez mais enquadrada no meu papel, mais segura, mais adulta, mais experiente.
O problema chega quando penso no que ficou para trás.
A rebeldia característica dos tempos da universidade.
A irresponsabilidade de pessoa inocente e imatura.
A vontade de errar, a inexistência de medo, porém o receio, a vergonha, a incapacidade.
Agora que sou um Eu mais completo, penso de forma diferente, bem mais organizada, coerente, fundamentada.
Que pena saber que cresci. Que pena saber que perdi tanto de bom da minha vida.
Que pena poder partilhar apenas uma pequenina parte da minha ainda inocência mimada contigo. Já é tão pouca…
E lá vem o emprego, o dinheiro, as despesas.
Os subsídios, as contas, os bancos, os impostos.
A vida cheia de si mesma e de pequenas coisas que, sem dar conta, deixei ao acaso.
E ver a vida dos que me rodeiam a crescer.
Eles, que parecem conformados com esta diferença…
Eu também o parecerei?
Talvez, não sei.
E comparo os sonhos com filmes cujo final é incompleto, mas tão firme.
Com alicerces bordados por mãos delicadas que tão bem conhecem o coração das pessoas que apreciam um bom final feliz.
BOA NOITE!
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